quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lindinha da Mamãe


Com o dia das crianças se aproximando, achei muito interessante publicar este texto que fala sobre beleza X infância.

Aproveitem!!!!

TEXTO RETIRADO DO SITE BOLSA DE MULHER, ESCRITO POR LAURA JEUNON.


Dia das crianças! Claro que não deixaríamos essa data especial passar em branco e, por isso, fizemos questão de preparar uma matéria onde são elas as personagens principais. Há algum tempo atrás, não faria muito sentido dedicar esse espaço, que é destinado à editoria de Beleza, às nossas queridas e pequenas crianças.


Só que os tempos mudaram e, agora, nada mais pertinente do que unir os temas beleza e infância numa única abordagem. Afinal de contas, hoje em dia, ir ao salão de beleza não é mais um programa exclusivamente para adolescentes, jovens e adultos. Tem muita pimpolha com menos de um metro de altura fazendo as unhas, alisando o cabelo e caprichando na maquiagem.


No mercado, a cada dia surgem novos produtos de higiene e beleza destinados especialmente aos pequeninos. É creme hidratante, colônia (inclusive para meninos), xampu para os mais variados tipos de cabelo, gel, batom, e mais esmalte, brilho, sombra... Se por um lado o cuidado com a aparência e a vaidade podem ser bastante positivos, uma vez que representa auto-estima elevada e um carinho por si mesmo, por outro, o uso cada vez mais freqüente de cosméticos e produtos de beleza pode ser extremamente prejudicial à saúde da criança.


Nos dia de hoje, mais do que nunca, beleza e moda são assuntos que definitivamente dizem respeito à criançada. "Apesar da decisão de compra ainda ser dos pais, as crianças são importantes influenciadores. Existe um desejo por parte delas de se parecer com os adultos e um reflexo disso é o setor de beleza estar ganhando tanta importância no universo infantil", afirma Carolina Ancona Lopez, gerente de produto da linha Johnson's baby, da Johnson & Johnson, que é composta por xampus e condicionadores para variados tipos de cabelo, quatro sabonetes líquidos, óleos, loções hidratantes, colônia, lavanda, creme contra assaduras, entre outros tantos produtos.


Tudo destinado especificamente a verdadeiros pingos-de-gente. Para seduzir ainda mais os pimpolhos, as marcas associam seus produtos a temas lúdicos. E nem famosos personagens da literatura infantil ficam fora dessa. A linha Natura Criança, por exemplo, lançada em 1998, é inspirada no Sítio do Picapau Amarelo. As colônias Florzinha, para meninas, e Alecrim, para meninos, apostam nos personagens Narizinho e Pedrinho, criados por Monteiro Lobato, para alcançar o público infantil.


Já O Boticário conta com a linha Boti, que traz como personagem um simpático boto da Amazônia, que ensina as crianças a cuidar e amar o meio ambiente. As embalagens são supercoloridas e contam com informações e curiosidades sobre a natureza. Mas para atender a um público que não é adolescente, mas também não gosta de ser tratado como criança, O Boticário criou a linha Ma Chérie, apostando numa mistura entre brincar e se embelezar: “Essa linha foi feita para as meninas chamadas “tweens”, uma geração que está between, ou seja, entre, a infância e a adolescência.


Para elas, se maquiar é ficar bonita, mas o mais importante é se divertir com a brincadeira”, explica a assessora de imprensa Anna Carolina Vilela, citando as duas novidades da linha, o brilho labial e o petit batom.


Feitos especialmente para elas:

São tantas ofertas, que fica difícil para os pais controlar, não só o desejo dos filhos de consumir e de se produzir, mas também as substâncias que vão parar direto em suas peles suaves. Portanto, escolher a dedo o que sua filha vai usar no cabelo, nas unhas ou no corpo não é capricho nenhum. Uma das grandes vantagens de as crianças terem um nicho de mercado voltado para elas é sabermos que determinados produtos foram desenvolvidos para não agredir sua saúde. Fórmulas suaves, hipo-alergênicas e com menos corantes, testadas dermatológica e oftalmologicamente, desenvolvidas em parceria com pediatras.


Na hora de comprar um produto, escolher uma marca respeitada e pagar um pouco mais pode fazer uma boa diferença.


Vaidade X saúde

Entretanto, os alergistas afirmam que mesmo os produtos feitos com fórmulas mais suaves podem prejudicar a saúde da criança. “Sempre se deve dar preferência a produtos de boa qualidade. Os hipo-alergênicos reduzem os riscos de se desenvolver uma alergia, só que não são garantia de que nenhuma reação vai ocorrer.


Toda doença alérgica tem uma predisposição genética, mas a exposição ambiental também influencia. É verdade que quanto antes uma criança começar a usar produtos de beleza, maiores as chances de ela desenvolver alergia a alguma substância. E isso não vale só para cosméticos, mas também para poeira e para os alimentos, por exemplo”, esclarece a alergista Norma Rubini, professora e responsável pelo setor de Imunologia Pediátrica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no Rio de Janeiro.


Os produtos de beleza que costumam causar mais alergia, segundo a Dra. Norma, são os esmaltes e as sombras. “A pele da pálpebra é muito sensível. Crianças não devem pintar os olhos. Já quanto aos esmaltes, eu não diria que é proibido, mas devem ser usados com parcimônia. Colocar só quando vai à festa, tudo bem. Pintar as unhas toda semana aumenta as chances de se tornar alérgica.


Agora, se a criança usou um esmalte e apresentou alergia ao produto, não pode mais usar. Ao menor sinal de irritação, deve-se suspender e procurar atendimento médico”, recomenda a alergista, frisando que perfumes e xampus também podem originar reações alérgicas, por isso devem ser utilizados com moderação, dando preferência às fórmulas mais suaves.Apesar de pessoas adultas também poderem desenvolver alergias, a pele mais sensível das crianças pode tornar o tratamento mais complicado.


“Na pele de uma criança, um remédio utilizado para tratar uma reação alérgica tem mais chance de apresentar um efeito colateral do que quando usado na pele de um adulto. Pode acontecer, por exemplo, de um remédio com corticóide ter efeito adverso numa criança, deixando uma estria na pele da menina ou menino”, acrescenta Dra. Norma, alertando que remédio sem orientação médica não deve ser passado nunca. “Uma pomada que deu certo na mãe pode não ser adequada para determinada área do corpo da criança”, adverte.


Na opinião da dermatologista Ana Cristina Duarte, o ideal mesmo é que as crianças não usem maquiagem. E quanto a fazer as unhas... “tirar cutícula nem pensar!”, decreta Ana Cristina, que justifica: “a cutícula é uma proteção para a unha, ela está ali por esse motivo. Criança vive colocando a mão em terra, mexendo em macinha e tudo mais, e sem cutícula está se expondo a infecções”, esclarece a dermatologista. Já a utilização de hidratantes e loções para o corpo não só não representa tanto perigo à saúde dos pequeninos, como, em alguns casos, é mais que recomendável.


“Crianças com dermatite atópica, uma doença muito comum que deixa a pele delas mais ressecada, precisam usar hidratante, assim como devem evitar tomar banho quente. Não tem problema os filhos usarem o hidratante da mãe. Pode ser de amêndoas, de uréia, não faz mal. Se for específico para criança, melhor ainda. Só se deve evitar cremes com muito corante ou com muito cheiro, já que meninos e meninas costumam apresentar uma hipersensibilidade cutânea”, recomenda a dermatologista, que condena tinta no cabelo dos pequeninos.


“Sou totalmente contra a criança pintar o cabelo, considero uma irresponsabilidade dos pais que permitem. A química irrita o couro cabeludo, quebra o cabelo e aumenta a queda. Não tem sentido a criança se expor a isso”, defende Ana Cristina.Pois é, deu pra perceber que beleza infantil não é um assunto tão simples assim. Por isso é tão importante ouvirmos as opiniões dos especialistas antes de irmos na onda da moda e deixarmos nossas crianças adentrarem o mundo da vaidade. Porque, afinal, além do nosso carinho, elas merecem nosso cuidado.


Laura Jeunon

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Uma médica que ama dermatologia, medicina estética, e principalmente, ADORA o que faz. Um cirurgião plástico apaixonado pela profissão.

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