quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Plástica na alma


Hoje vivemos um momento muito importante na cirurgia plástica. Porém não considero que seja um bom momento. Vejo exageros e apelos midiáticos levando a banalização de uma especialidade tão importante para a medicina.

A cirurgia plástica é antiquíssima. Existem relatos de reconstruções nasais que datam de antes de cristo. Na Índia as mulheres adúlteras eram punidas com o extirpação do nariz e com isso vários médicos da época desenvolveram técnicas para a reconstrução deste. Uma delas, descrita por Sushuta, existe até hoje e é chamado de "retalho indiano".

Como especialidade, a cirurgia plástica começou a tomar forma após a primeira grande guerra. Esse conflito foi caracterizado por combates em trincheiras, onde apenas as mãos e a cabeça dos soldados ficavam de fora. As lesões em face e membros superiores eram muito frequentes o que levou os cirurgiões militares a pensarem em formas de reconstrução destas partes.

No Brasil, o grande "boom" da especialidade se deu com a tragédia do incêndio do circo em Niterói na década de 60, onde os primeiros cirurgiões plásticos que se formavam pelas mãos do professor Pitanguy, foram de fundamental importância para o auxílio às vítimas.

Portanto, a especialidade sempre teve um cunho social e de reabilitação muito forte. É o que nós procuramos em cirurgia estética. Saber identificar problemas psíquicos, alterações comportamentais ou mesmo expectativas irreais dos pacientes é uma arte.

Querer mexer em alguma parte do corpo que esteja incomodando é legítimo e deve ser estimulado, contanto que seja feito de forma a ajudar e não resolver os problemas.
Um longo papo com os pacientes é extremamente necessário, e já tive que recusar muita cirurgia por achar que aquela pessoa não tinha condições psicológicas de se submeter a uma intervenção.

Em 2012 fui chamado para participar de um programa na TV Alerj onde o tema era justamente este. A cirurgia plástica e sua interface com o psicológico. Espero que gostem.
Abraços
Luiz Felipe
 

6 comentários:

Anônimo disse...

Dr, parabéns pelo post!! Eu sou a favor da cirurgia sim, mas sem exageros... tem pessoas que não sabem a hora de parar, e tem médicos que atendem a todos os pedidos das pacientes. Coincidentemente, hoje li um post num blog de moda sobre o exagero das cirurgias das sul coreanas (http://www.futilish.com/2013/01/beleza-comprada/). É impressionante...

Anônimo disse...

Gostaria de saber se existe mesmo a cirurgia para retirada de costelas, a fim de ficar com a cintura mais fina. Acho um absurdo, mas esse tema me intriga, pois onde ficaria a cicatriz? Não é prejudicial para a saúde?

Vanessa disse...

Dr.Luiz Felipe só tenho uma coisa a comentar: você é bonito por dentro e por fora.

bjs,

Vanessa

Luciana Leal disse...

Anônimo:
Existe essa cirurgia sim. É feita por vídeo, as incisões são bem pequenas. Devemos lembrar que as costelas existem para proteger a caixa torácica de traumas externos e mesmo as chamadas "costelas flutuantes" - que são as que são retiradas- fazem parte da estabilização do tórax, portanto não vejo nenhuma vantagem em retira-las.
Abraços

Luciana Leal disse...

Vanessa:
Obrigado pelas palavras...
Abraços
Luiz Felipe

Anônimo disse...

adorei....aalem de ser um cara competente e profissional.....tem um plus a mais....voce éh lindo.um verdadeiro cartao de visita.......a paciente olha proce...tao bonito e se anima..a ficar bonita.

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minhapele@ig.com.br, Rio de Janeiro, Brazil
Uma médica que ama dermatologia, medicina estética, e principalmente, ADORA o que faz. Um cirurgião plástico apaixonado pela profissão.

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