quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Porque eu não subi o vulcão Villarica


Meu marido começou a ter umas idéias loucas a respeito de escalar um vulcão. Estava querendo um pouco de emoção na vida, acredito eu. Ele falou isso uma vez, duas, três, aí eu me convenci de que ele estava falando sério. E fiz essa cara:



Porque, gente, escalar vulcão, ou qualquer coisa maior que um quebra-molas, não é a minha praia. Primeiro, tem tudo pra dar errado. Vulcões são altos, escorregadios (quando existe neve), e imprevisíveis. E eu não estou com tempo pra me recuperar de uma fratura, deitada numa cama. Sem contar que minha vida já é cheia de fortes emoções com o Gabriel. Mas, boa esposa que sou, fui pesquisar sobre a subida do vulcão Villarica, em Pucón. Porque talvez eu pudesse estar exagerando na frescura. SÓ QUE NÃO. Li alguns blogs sobre essa escalada, e enquanto lia, minha cara estava assim:


Eu pensava: "Ééééééé....Não vai rolar."
Vou ser sincera. Cinco horas de subida. Imagine que fosse só andar pra frente. Já seria meio sinistro. Mas não, é uma subida. E íngrime. Agora, acrescente neve, e tudo o que vem junto com ela. Roupas especiais (que pesam), botas específicas (dão bolhas), instrumentos para se agarrar neles caso a pessoa deslize (que você não vai conseguir segurar caso precise)... E elas deslizam. Um brasileiro faleceu esse ano fazendo essa brincadeira. Leia sobre isso AQUI.
E tem mais. O vulcão é ativo. Não é daqueles borbulhantes, nem nada, mas solta vapores (e nunca se sabe). Vapores venenosos, mal cheirosos, com enxofre. Não vou nem cogitar a possibilidade do cidadão tropeçar e cair dentro da cratera.


Pensei com meus botões... Não vale a pena não. Os poucos que conseguem subir, nem podem ficar lá durante muito tempo. E como se não bastasse, precisam descer na base do esqui bunda. E esse negócio pega uma velocidade considerável (a volta é beeeem mais rápida!). Não tem freio. E o caminho é cheio de pedras, que obviamente eu não seria capaz de desviar. Ora, no Brasil, nossa bunda vale ouro! Eu que não vou botar a minha a perigo, por tão pouco. Sendo assim, decidi:


Não vou. Ok, vou perder a aventura. Vou perder as fotos fantásticas. Não vou poder contar vantagem pra ninguém. Provavelmente, vou me arrepender dessa decisão para o resto da vida. Não vou ter história para contar pros meus netos. Mas gente! Pelo menos eu vou estar viva para poder TER netos. E sabem o que é pior????


Perdi uma ótima oportunidade de dar uma de esposa aventureira e companheira, porque no último minuto, eles não puderam subir o vulcão por causa das condições climáticas. Se eu dissesse que ia, teria dado uma de poderosa e não precisaria subir porcaria nenhuma de vulcão.

Mas esse pessoal aqui encarou o desafio.
Confira AQUI, e AQUI.
E sobreviveram!!!


10 comentários:

Anônimo disse...

Se não é a sua praia, você não deve ir. Esse tipo de aventura é para quem curte, para quem tem está disposto. Caso contrário, além de ser ruim para você há o risco de você ser a estraga prazeres do resto do grupo.
Eu e meu marido AMAMOS uma aventura do gênero. Já fizemos trilhas maravilhosas, conhecemos lugares e pessoas incríveis, já passamos muitos perrengues também, mas valeu a pena porque a gente curte, só por isso. O fundamental para uma viagem/aventura dessas dar certo é gostar.

Abraço,
Sandra.

Luciana Leal disse...

Sandra, eu queria ser igual a você!!!
Odeio ser covarde!!!!E o lugar é lindo mesmo!

Anônimo disse...

Luciana, também não sou aventureira mas subi um vulcão, o Cerro Toco (um vulcão inativo) no Atacama e posso afirmar que foi uma das coisas mais legais que fiz na vida! A vista do alto do mundo e algo fantástico! Mas vou te contar um segredo: apesar dos seu 5600m de altitude, vc vai de carro (ar condicionado, Land Rover) ate os 1600 e depois e uma caminhada de 02 horas, puxada por conta da altitude, mas ate eu, sedentária que sou, consegui fazer. De mato eu não gosto, não entro em floresta nem a pau, mas no deserto seco, por incrível que pareça, se vc se hidratar fica mais fácil, pois a sensação de calor e menor (venta mto!). Da próxima vez, passa bastante filtro, coloca um bom chapéu, vai e aproveita para fazer uma media com o maridao. Bjks, Carla.

Anônimo disse...

Oi Lu!!! Nossa, acompanho sempreee teu blog, e entro todo dia...mesmo sem postagens...hahah

Meu marido e eu subimos o Villarica, e amamoooosss!! nós gostamos disso, sempre fazemos essas aventuras, fim do ano, fizemos o trekking até o campo base do everest!!! 15 dias pra subir e descer,e foi demais...

Mas o dia que subimos o Villarica foi muuuito cansativo, eu sou forte pra essas coisas, sou meio machinho como fala meu marido...mas voltei, cai no sofa da cabana que ficamos, e dali não saia, eu não tinha força pra levantar sabe...hahah me esgotei muito, até desmarquei o rafting que fariamos no outro dia...o pessoal fala que é fácil, mas não é, o nosso guia falou que 20% dos brazucas chegam ao final, o resto desiste no caminho...hahah não temos boa fama no quesito escaladas...
Mas eu amoo!! e sempre fazemos umas aventurinhas...

E o Chile não é lindoooo??? é lindooo demais....

conta mais das suas aventuras, adoro seu texto, vc escreve muito bem!!

Sandra

Anônimo disse...

Princesa, vc é igual a mim kkkk

Deus me livre ir a um lugar desses!! Vi recentemente um vulcão q estava adormecido desde antes de eu nascer e recentemente acordou... nammmm Dá pra mim não. E vou além... Acho q nem deixaria o meu marido ir...

Anônimo disse...

Rachei de rir com seu relato, dra. princesa, kkkkkkkkkkkk. Seu senso de humor é fantástico. Adorei!! Tenho vontade e coragem de fazer essas aventuras, mas preciso me jogar antes de ter filhos tb, pq se não vou pensar mil vez antes. Beijo grande, Priscila

Anônimo disse...

Curto suas postagens, você é muito engraçada e escreve bem pra caramba!

Anônimo disse...

Vem chegando o verão.... saudade dos posts sobre dermatologia e dicas. Eli

Laura Gomide disse...

Kkkkkkk, ADOREI!
Você é muito inteligente e espirituosa...
Gosto demais do seu blog.

Duda disse...

Lendo isso só posso lembrar do Bruno Mazzeo, assoprando no meu ouvido: CILADA, CILADA...kkkk

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minhapele@ig.com.br, Rio de Janeiro, Brazil
Uma médica que ama dermatologia, medicina estética, e principalmente, ADORA o que faz. Um cirurgião plástico apaixonado pela profissão.

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